A seção Sala de Aula é um espaço para professores, de qualquer disciplina e de várias partes do país, contarem uma experiência positiva do dia a dia com seus alunos. Leia o relato de Fabio Passos, professor em várias instituições cariocas.
Fabio Passos tem ampla experiência profissional em áreas relacionadas à gestão de negócios, sobretudo em Turismo e Hotelaria e hoje ensina nas modalidades presencial e à distância. Empreendedor, sempre teve interesse em excelência de serviços e deu ênfase a seu aperfeiçoamento profissional.
Por isso, depois da graduação em Turismo, Fabio se pós-graduou em Marketing e fez mestrado em Administração de Empresas. Ensinar, no entanto, tem lugar especial no seu coração, tanto que a docência acabou por se tornar sua carreira principal.
Hoje aqui na Claraboia o professor carioca conta sobre uma visita técnica que fez com um grupo de alunos e compartilha dicas e material que pode ser de grande valia para colegas de sua área e de outras também. Vale a pena conferir!

Visita técnica, preparação e desdobramentos
Adoro levar alunos para atividades de visitas técnicas. Mas especialmente nos cursos de turismo e hotelaria, é muito comum que alunos de períodos iniciais confundam visita técnica com passeio.
Nesse sentido, é importante sempre apresentar os objetivos da visita e seus desdobramentos e como se alinha com a ementa da disciplina, plano de curso, e o lugar que ocupa dentro do contexto pedagógico e dos conteúdos.
Para mim, é muito gratificante ver o sorriso no rosto deles ao se depararem com um mundo novo quando visitam lugares onde gostariam de trabalhar. Eu me coloco no lugar deles e lembro-me da primeira vez que visitei um hotel cinco estrelas. Por isso, sempre tento entender o momento da visita como algo especial e encantador, assim como foi para mim um dia.
Para citar um exemplo, recentemente levei uma turma para visitar uma sala VIP em um aeroporto internacional. O encantamento dos alunos ficou evidente durante a visita e no relatório de visita técnica. Meu primeiro trabalho foi em um aeroporto e meus primeiros dias foram de pura alegria.
Sob o aspecto docente, é relevante que seja apresentado previamente em sala de aula em que contexto a visita vai acontecer e que seja solicitado um relatório, no qual os alunos possam descrever sua experiência.

Normalmente, sigo o seguinte modelo:
– Aula Preparatória – Apresentação da atividade; informações sobre o local a ser visitado, e explicação sobre a importância do relatório para a atividade da visita técnica.
Sempre ofereço um modelo e um relatório já preenchido por um aluno em visitas anteriores, de preferência um que tenha superado as expectativas. Assim o discente tem as informações que deseja e ao mesmo tempo se inspira no exemplo de um relatório bem feito.
Com o tempo também percebi que é fundamental ter pelo menos um aluno, idealmente dois, focado em tirar fotos e fazer uma curadoria das fotos da visita. Ao escolher os dois alunos que farão o registro fotográfico, é importante lembrar que estes estarão dispensados do relatório escrito para que tenham o foco somente no registro fotográfico.
Os alunos-fotógrafos também se encarregam de recolher e fazer uma curadoria de todas as fotos tiradas durante a visita pelos demais alunos. Dessa forma, temos também um registro fotográfico estruturado, que é oportunamente disponibilizado para toda a turma e que ajuda a todos na montagem de seus próprios relatórios.
Aula/visita técnica – O grande dia – a visita inicia-se com o anfitrião nos recebendo e nos passando informações gerais sobre o local visitado e em seguida com a condução do grupo pelo estabelecimento.
Ao montar a visita, é importante que seja pensado o tempo de visita. No meu caso,
normalmente faço visitas com alunos de graduação em tempo correspondente a duas ou quatro aulas – 2 horas ou 4 horas.
Ao fazer a visita, acho relevante que esta seja a única atividade do dia. Percebi que
fazer a visita e retornar à sala de aula pode não ser muito produtivo. Ademais, nem sempre as visitas ocorrem em um local próximo à Instituição de Ensino. Levando em consideração o deslocamento, é sempre aconselhável marcar para que a visita inicie 30 minutos depois do início da aula normal. Ou seja, uma aula marcada para iniciar 18:15 em sala de aula, como visita teria início às 18:45, permitindo aos alunos que cheguem ao local da visita com tranquilidade.
É fundamental compartilhar previamente com o anfitrião o que você como docente
espera da visita e informar sobre os conteúdos que estão sendo aprendidos em sala de aula.
Além disso, é importante que se informe o perfil da turma: que período
da faculdade os alunos estão cursando, se já trabalham naquela área, se a turma tem mais adolescentes ou adultos, se existe algum aluno com deficiência. Essas informações ajudam o anfitrião a preparar uma visita mais direcionada ao perfil da turma e sem imprevistos.
No final da visita, nos reunimos no próprio local para que os alunos possam sanar as últimas dúvidas que tenham sobre o que viram e ouviram. Alguns
anfitriões oferecem um lanche e os alunos adoram essa parte.
Aula Pós-Visita – Debate sobre a visita com base nas informações de cada relatório. A discussão, já com os relatórios em mãos, fica mais qualificada porque cada aluno já refletiu de forma individual sobre a visita e esse é um momento importante também para que os alunos que não quiseram e/ou puderam ir à visita se atualizem.
Compartilho aqui com os colegas meu modelo de relatório técnico para apreciação e ação. Até o momento, esse é o modelo que utilizo e que vem funcionando.
E, você? Como faz?
Fabio Passos, empreendedor e professor em cursos de graduação e pós-graduação de gestão de Negócios, Turismo e Hotelaria no Rio de Janeiro, RJ.
Participe da seção Sala de Aula!
Se você também tem uma experiência de um de seus cursos que gostaria de compartilhar, entre em contato com a Claraboia.
Imagem em destaque: Danilo Bueno/Pixabay CC0