Sala de aula: Um bingo em que todo mundo ganha!

A seção Sala de Aula é um espaço para que professores de diversas disciplinas e regiões do Brasil compartilhem uma atividade educacional que pode ser replicada ou simplesmente um momento interessante de sua rotina docente. Hoje é a vez do professor de história Bruno Reis, de Belo Horizonte, nos mostrar um pouco do seu trabalho.

Quem pensa que os docentes de História só se interessam pelo passado, não conhece Bruno Reis, professor do Ensino Fundamental II, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Belo Horizonte.

Adepto incondicional do uso da tecnologia na educação, ele não só utiliza metodologias ativas em sala de aula, como tem especialização em Aprendizagem Cooperativa e Tecnologia Educacional na Educação Básica.

No ano passado, obteve também uma certificação pela Google como Educator Google – Level 1 e colocou toda a teoria em prática compartilhando e aplicando o que aprendeu na instituição onde trabalha. O menu é variado e saboroso. Gamificação, sala de aula invertida, ensino híbrido e uso de ferramentas tecnológicas são apenas algumas das “iguarias” que ele tem oferecido a alunos e colegas.

Acredito que apesar de todas as dificuldades enfrentadas no país, podemos influenciar positivamente, através do exemplo e trabalho, educadores e educandos na busca do saber e na excelência do ensino

Para que toda essa informação ultrapasse os muros de sua escola, Bruno tem ainda um portfólio, no qual reúne suas ideias e experiências. “Busco me especializar ainda mais e acredito que apesar de todas as dificuldades enfrentadas no país, podemos influenciar positivamente, através de exemplo e trabalho, educadores e educandos na busca do saber e na excelência do ensino”, reforça.

Abaixo, ele conta como preparar um Bingo de História, uma atividade que pode ser adaptada a outros tópicos e até a outras disciplinas. Inspire-se!

Metodologia inovadora em sala de aula

Às vezes, as pessoas me perguntam: “Como faço para ter ideias inovadoras para as minhas aulas”? ou “O que eu faço para que meu aluno se interesse pelo estudo”?

Falando dentro da realidade na qual vivo, a impressão que tenho é que entre o estudar e o aprender existe uma grande barreira: o que eu poderia fazer para tornar minhas aulas mais dinâmicas, criativas e interessantes?

Vamos pensar juntos: vivemos num mundo globalizado, onde a informação, numa fração de segundo, pode atingir e rodar o mundo todo. Outra questão importante a ser considerada: eu consigo ficar durante cinco horas ouvindo com atenção e assimilar tudo que está sendo trabalhado?

Estamos no século XXI, vivemos uma educação 4.0, cercada pela tecnologia. A inteligência artificial  já é uma realidade. Neste sentido, qual é o perfil de aluno que estou preparando para o mundo? Que tipo de desafios eles vão encontrar quando saírem da escola? Será que existirão as mesmas profissões? Será que as habilidades que desenvolvemos hoje vão suprir as necessidades destes futuros profissionais?

Em tempos de ‘imigrantes digitais’, talvez um dos nossos maiores desafios, seja nos adequarmos a este “novo mundo”. Quem está na escola hoje, – os nativos digitais -,precisa vivenciar e aprender de maneiras diferentes, por meio de experiências, projetos e muita ‘’mão na massa’’.

O perfil do estudante na atualidade é realmente desafiador – são crianças e jovens com espírito empreendedor, cheios de  expectativas, ansiosos, dispersos, impulsivos e conectados.

Nós educadores agora devemos ser reflexivos, ter bom relacionamento com nossos pares e alunos e trabalhar de forma interdisciplinar. Agora, nossa função passa a ser a de facilitadores ou mediadores do ensino.

Neste contexto, as atividades lúdicas exercem um papel importante para a aquisição de conhecimento, conceito e habilidades ao estimular o raciocínio, a atenção, a organização e a concentração dos jovens. Além de ensinar, sem que eles percebam, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como persistência, companheirismo, entre outros.

Portanto, vamos à prática:

As turmas do 7° ano participaram do jogo “Bingo de História” sobre Renascimento Cultural, Reforma Protestante e Absolutismo Monárquico. A prática aconteceu da seguinte forma:

• Foram elaboradas 63 perguntas com respostas curtas sobre estes conteúdos. As perguntas foram numeradas.
• Elaborei cartelas contendo 06 respostas que foram distribuídas entre os alunos.
• Utilizando um jogo de bingo, à medida que os números foram sorteados, as perguntas eram realizadas e os alunos marcavam as respostas em suas cartelas.
• O aluno vitorioso era aquele que marcava todas as respostas na cartela. Foram realizadas durante a aula 04 rodadas do bingo.

Foi um momento de aprendizagem significativa, de interação e diversão. A cada número, uma pergunta e muita concentração para ter a sorte de ter a resposta correta na sua cartela.

Você deve confiar em si mesmo e nas suas ideias, assim como precisa fazer  com que seus alunos também confiem em seus métodos e nas suas sugestões.

Procure por modelos de aula já utilizados que poderiam ser adaptados por você e teste em sua sala de aula qual deles é mais adequado e mais aceito pelos alunos.

Esteja disposto a se dedicar e seja determinado. Assim, você poderá se tornar cada vez mais criativo e, com certeza, encontrará novas maneiras de partilhar o seu conhecimento e novas formas de ensinar.

Bruno Reis, professor de História, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Instagram:@profbrunoreisbh www.historiativa.com.br

Crédito da foto de abertura: Leandro Paiva

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