Agora é toda quarta-feira! Encontre aqui um artigo, vídeo ou notícia da semana anterior que pode ter passado sem a sua devida atenção e que merece ser visto.
Para ler, comentar e provocar reflexão
DA SEMANA (22.07.2020): Hoje é inevitável falar da vitória obtida por educadores de todo o Brasil, ontem, na votação da Proposta de Emenda Constitucional que renova o Fundeb, parte importante do orçamento do ensino básico no Brasil, criado em 2007 e que tinha prazo para expirar este ano.
Agora, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação) não estará mais à deriva de governos e políticas divergentes . Apesar de tensa, afinal uma estratégia de último minuto do governo inviabilizaria a continuação do fundo, os deputados da situação tiveram medo de votar contra a PEC, pois isso significaria danificar seriamente a educação básica dos municípios, suas bases eleitorais, que deixariam de receber ajuda federal fundamental.
Por conta deste momento tão importante, escolhi um texto publicado ontem pelo Guia do Estudante, e assinado por Juliana Morales, porque fala um pouco da votação mas especialmente do que muda com os acordos costurados entre os parlamentares, além de dar uma ideia geral sobre o fundo e suas funções. A medida segue agora para aprovação. Vale a pena ficar por dentro!
Entenda o novo Fundeb, aprovado na Câmara dos Deputados

DA SEMANA (15.07.2020): Um dos principais tópicos na área de Educação da semana foi a indicação do pastor Milton Ribeiro para o ministério da Educação. Ribeiro é o quarto ministro da pasta em um governo de apenas um ano e meio.
Os dois primeiros ministros, Vélez Rodriguez e Weintraub, deixaram os governos sob fortes críticas de incompetência técnica, o último inclusive acusado de fazer parte do esquema de fake news, que vem sendo investigado. Seu substituto, Carlos Alberto Decotelli, nem chegou a assumir por conta de denúncias de falsidade ideológica (dizia ter doutorado e pós-doutorado que não tinha) e plágio de parte de sua dissertação de mestrado.
Ribeiro, por sua vez, chega com a credencial de ex-vice presidente da Universidade Mackenzie. No entanto, sua ligação a grupos evangélicos e suas opiniões acerca de castigo físico para crianças causaram furor nas redes sociais, desde sua indicação.
O texto da semana vem da edição de 11 de julho do Congresso em Foco, apresentando o novo ministro e repercutindo a posição da organização nacional e não-governamental Todos pela Educação, que divulgou nota oficial. Para quem não conhece a atuação e princípios do grupo, vale a pena ver este vídeo curto.

Embora defensores do diálogo e dos consensos, o Todos pela Educação deixa bem claro em sua nota oficial o que espera do novo ministro:
“Caso o objetivo seja melhorar a Educação brasileira, não são poucos os desafios do novo ministro da Educação, Milton Ribeiro. A começar pelo reestabelecimento do diálogo e de uma gestão técnica pautada na construção de soluções com aqueles que, de fato, implementam a política educacional. Ou seja, exatamente o contrário do que o governo federal fez até aqui “
Leia a matéria do Congresso em Foco, que inclui a íntegra da nota do Todos pela Educação abaixo:
Todos pela Educação: novo ministro terá de fazer o contrário dos antecessores

DA SEMANA (08.07.2020): Enquanto ainda há muita confusão sobre como serão validados cursos online e de que forma o calendário escolar está comprometido, a Câmara dos Deputados votou ontem, 7 de julho, a “Medida Provisória 934/2020, que suspende a obrigatoriedade de escolas e instituições de ensino superior cumprirem uma quantidade mínima de dias letivos neste ano devido à pandemia da covid-19.”
O texto ainda prevê que escolas de educação infantil ficarão dispensadas do cumprimento de 200 dias do ano letivo e carga horária mínima de 800 horas, enquanto escolas de ensino fundamental e médio deverão ser dispensadas de cumprir os 200 dias letivos mas não estão isentas de cumprir os a carga horária de 800 horas. A matéria que prevê ajustes de calendário e conteúdo para 2021, segue agora para votação no Senado.
Veja texto da Agência Brasil, publicado pela revista Carta Capital:
LEIA Câmara aprova MP que suspende cumprimento mínimo de dias letivos

A medida também assegura aos estudantes das redes públicas a continuidade de programas de alimentação e de assistência à saúde durante o período que perdurar a pandemia do novo coronavírus (covid-19)
DA SEMANA (01.07.2020): O Outras Palavras é um site de notícias que vale a pena conhecer, caso ainda não conheça, e acompanhar. Os temas políticos e econômicos, em geral, trazem uma perspectiva um pouco distinta, o que pode ser revigorante.
Dentro do site, eles abrem espaço para repercurtir midias alternativas (Outras Mídias). A curadoria é cuidadosa. Geralmente a escolha é de temas relevantes, abordados de forma séria. Quase um oásis nesses tempos de fake news e falta de cuidado com a notícia e seu conteúdo.
Na semana passada eles compartilharam o texto de dois estudiosos, Ergon Cugler e Pamela Quevedo, que são pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadores do estudo Fundeb em Foco, que saiu primeiro na GGN, jornal online. O estudo, per si, vale a pena ser conhecido.
O texto que destacamos Com Fundeb ameaçado, educação pode desabar não é nada animador, como o próprio título anuncia. Isso porque lembra que o Fundeb expira este ano (como já falamos aqui) e que este seria o momento perfeito para que seja incorporado à nossa Constituição, desta forma este fundo que financia cerca de 60% de todo o ensino público primário, fundamental e médio estaria protegido de flutuações políticas no futuro. Uma proposta de emenda à constituição foi proposta em 2015, a PEC15, e até agora não foi aprovada.
Como você pode aprender na matéria, com o Fundeb a situação do ensino público em algumas partes do país é ainda muito precária e o nível de desigualdade entre cidades e regiões é um acinte, mas sem o Fundeb, acredite, tudo pode ser bem pior.
Por isso, é urgente que as pessoas tomem conhecimento do que representa e se mobilizem contra a extinção do Fundeb . Mais do que isso, aponta o estudo, é urgente que se estabeleça um monitoramento da sociedade civil mais efetivo sobre o fundo e que ele seja maior e mais abrangente.
LEIA
Com Fundeb ameaçado, educação pode desabar

[…] é urgente votar pela aprovação de um mínimo múltiplo comum para que assegure a existência do novo Fundeb, aglutinando reflexões para além de sua constitucionalização, assim todo o debate não é perdido com mudanças de governo.
DA SEMANA (24.06.2020): O racismo e especialmente o antirracismo ativo têm sido temas de discussão nas últimas semanas. Embora o Brasil colecione casos tristíssimos de violência da polícia (e até do exército) contra a população negra e tenha seus próprios mortos para chorar, sobretudo jovens negros das favelas e áreas periféricas das grandes cidades, foi com o assassinato de George Floyd, em Minneapolis, estado americano de Minnesota, gravado e exposto para o mundo, que a questão ganhou atenção mundial.
Só uma educação de fato antirracista pode abalar e dar início à derrubada do racismo estrutural sobre o qual nossa sociedade foi construída. Por isso a entrevista do professor e jurista Silvio de Almeida, no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, (de 22 de junho de 2020) é tão relevante e obrigatória para educadores e para qualquer pessoa seriamente comprometida com o fim do racismo.
Assista, recomende aos alunos e promova discussões. É responsabilidade nossa transformar a hashtag #vidasnegrasimportam em realidade.
Roda Viva com Silvio Almeida
Uma educação que não questiona o racismo […] simplesmente vai reproduzir um parâmetro de normalidade de discriminação racial
Silvio Almeida, em entrevista ao Roda Viva

DA SEMANA (09.06.2020): A pressão popular e organizada conseguiu o adiamento do Enem mas a realidade dos estudantes sem acesso à Internet não mudou. Por isso, a nova campanha do grupo Nossas que se apresenta como “um laboratório de ativismo que organiza pessoas para gerar impacto na sociedade” é tão relevante.
A educação é a principal ferramenta de transformação social no Brasil e é essencial que os estudantes mais vulneráveis, negros em sua maioria, possam transformar o sonho da universidade em realidade. Se a pandemia escancarou desigualdades, nossa resposta será a solidariedade
(texto da campanha)
Em parceria com cursos pré-vestibulares populares, o Nossas lançou a campanha 4G para estudar que em 12 horas arrecadou mais de 100 mil reais para comprar pacotes de internet para jovens que estão em fase de preparação para o Enem.
As contribuições vão desde 20 reais (para a compra de dois chips) até 1.000 reais que garante acesso à Internet para toda uma turma de um cursinho! A resposta positiva tem sido fantástica e ainda é possível contribuir. E mais: se você cursa ou coordena um cursinho pré-vestibular popular, pode se inscrever-se para alcançar o benefício aos estudantes carentes.

Confira tudo no link Campanha 4G para estudar
DA SEMANA (26/05/2020): Enem de novo? Pois é, depois da campanha nacional pelo adiamento das provas do Enem 2020 (à qual Claraboia apoiou), nada mais justo que escolhermos uma atualização da questão e lembrarmos que, algumas vezes, a pressão popular tem, sim, seu peso nas decisões de políticas públicas.
O artigo de Guilherme Henrique, do Nexo Jornal, traz um bom resumo da luta pela mudança de datas e de como foi a queda de braço com o Ministério da Educação. O texto foi selecionado esta semana para enfatizar que o adiamento não veio graças à benevolência do governo, que anunciou a decisão como sua, um dia depois de um Projeto de Lei ter sido aprovado no Senado.
Como a pressão motivou o governo a adiar a prova do Enem
Desde 2009, o resultado do exame passou a contar como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.

DA SEMANA (19/05/2020): O tema desta semana não poderia ser outro: o adiamento das provas do Enem. Vários grupos representativos da sociedade civil, especialmente os ligados à educação, se engajaram na campanha #AdiaEnem, que pede ao Ministério da Educação uma mudança na data dos exames.
Uma liminar que fazia o pedido foi derrubada, em abril, pelo desembargador Antonio Cedenho, do TRF-3. Na visão dele, as consequências do atraso seriam muito complicadas em termos logísticos. Ontem, dia 18, no entanto a Defensoria Pública da União apresentou novo recurso, exigindo o adiamento.
Muito foi publicado sobre o assunto, mas escolhemos o texto simples e direto da Catraca Livre 10 motivos pelos quais é necessário pensar em adiar o Enem 2020 que sintetiza as razões de quem defende novas datas.
A matéria, publicada no dia 14 de maio e atualizada ontem, traz, entre outros motivos o fato de que 46 milhões de brasileiros não têm acesso à Internet e ainda a ausência de bons materiais didáticos para que os alunos revisem o conteúdo do exame, longe do ambiente escolar. Segundo o texto, desta forma:
A preparação para o exame se torna desigual e excludente.
Seja qual for seu posicionamento, vale a pena conhecer e refletir:
10 motivos pelos quais é necessário pensar em adiar o Enem 2020

DA SEMANA 6 (12/05/2020): O texto escolhido esta semana é assinado pela professora, escritora e ativista do movimento negro Luana Tolentino. Já tivemos a honra de ter a Luana no blog da Claraboia , dois anos atrás, com o texto Direitos Humanos como caminho ao exercício da cidadania. Se perdeu, vale conferir Luana Tolentino, Direitos e Humanos e Cidadania.
Desta vez, em coluna de opinião publicada na revista Carta Capital, do dia 8 de maio, a mineira nos informa sobre os coletivos de professoras negras do Rio de Janeiro e ressalta a importância da existência desses grupos.
Como sempre, a narrativa de Luana é imbuída de sua própria experiência pessoal que torna seu argumento ainda mais persuasivo e sua fala particularmente sensível. Leitura super recomendada para preofessoras e professores negros ou não, interessados numa educação diversa e empoderadora:
Para promover uma educação antirracista, professoras negras se unem em coletivos
Falar de racismo, imprimir nos currículos escolares o protagonismo cultural, científico, histórico e econômico dos africanos e dos afro-brasileiros na construção e na formação do Brasil, é mexer em uma ferida que parte da sociedade e a escola insistem em escamotear, fingir que não existe.

DA SEMANA 5 (05.05.2020): De novo, o tema escolhido é a precariedade do ensino à distância decorrente da crise do Corona vírus. O impacto causado entre os estudantes mais pobres e vulneráveis é assunto tão sério que, excepcionalmente, selecionei dois textos . Um deles – publicado ontem pelo O Globo – de Gabriela Oliva/ Flavia Martin repercute a decisão do governo federal de manter o calendário do ENEM apesar dos pedidos em contrário de várias instituições.
Em vídeo, do Inep, o Ministério da Educação ignora a realidade e afirma que o país não pode parar.
Texto 1: Estudantes criticam vídeo da Inep sobre Enem que diz que’a vida não pode parar
Hoje, o G1 Educação, em reportagem de Luiza Tenente, traz uma mostra preocupante da falta de internet e estrutura para as aulas online em todo o país e entrevista pais , professores e alunos, muitos deles sem acesso a um computador ou tablet e alguns sem conexão à internet ou condições mínimas para dar continuidade a seu aprendizado.
Alguns professores estão sobrecarregados, tentando suprir a carência de seus alunos (e suas próprias) para obedecer ao que suas secretarias de educação determinam.
Veja a reportagem completa:
Texto 2: Sem internet, merenda e lugar para estudar: veja obstáculos do ensino à distância na rede pública durante a pandemia de Covid-19

DA SEMANA 4 (28.04.2020):Mais uma semana em que o tema da vez, em todas as áreas, é o Covid-19. Nem poderia ser diferente…. Na Educação o impacto da pandemia tem sido enorme. E ainda mais significativo em países desiguais como o Brasil.
Desigualdade demanda esforço do professor para atender a todos à distância
O texto da semana é de Vinícius de Oliveira, da plataforma Porvir e conta algumas das muitas dificuldades enfrentadas por professores para fazer chegar o conteúdo das aulas a seus alunos mais carentes.
Embora muitos professores sejam criativos e flexíveis, é triste pensar que esses alunos vivem essa realidade em tempos de crise ou não e que neste contexto estão em desvantagem em relação a seus colegas.
A leitura é também útil porque traz links, recursos e ideias para professores que estão ensinando online, nos mais diferentes níveis e condições. Leia!
Assim como acontece no Amazonas, o Pará já havia desenvolvido um centro para transmissão de conteúdos ao vivo, o SEI (Sistema Educacional Interativo), para escolas distantes da cidades antes da pandemia. Agora, esse centro leva conteúdos educativos para mais de 600 mil alunos

DA SEMANA 3: O principal fundo que mantém o ensino público do Brasil corre o risco de desaparecer no final deste ano.
E se Bolsonaro destruir o Fundeb? , Nota técnica do Dieese, Outras Palavras
O texto escolhido como destaque para esta semana é um pouco atípico. Trata-se de uma nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), publicado pelo site jornalístico Outras Palavras.
Vale a pena encarar gráficos e números para conhecer as implicações do fim do Fundeb na vida de professores e estudantes de todo o país, mas principalmente os terríveis impactos sobre municípios das regiões Norte e Nordeste, que serão os mais afetados.
Na verdade, o tema é de interesse de todos os cidadãos que reconnhecem o papel fundamental da educação em qualquer sociedade. Não deixe de ler e se informar sobre esta questão seriíssima!
As informações aqui analisadas evidenciam que o fim do Fundeb, sem outra garantia de modelo de financiamento permanente, solidário e transparente, seria desastroso para a manutenção da rede pública municipal, para a valorização dos profissionais da educação e para o alcance da qualidade na educação básica brasileira. Do ponto de vista de uma política de abrangência nacional e de caráter redistributivo, o fim do Fundeb é extremamente prejudicial a todos os municípios

DA SEMANA 2: Curta metragem de animação Hair Love vence Oscar 2020 em sua categoria
Oscar 2020: Hair Love ganha Melhor Curta Animado: ‘Queremos normalizar o cabelo das pessoas negras’, diz diretor , Da Redação, Rolling Stone BR
No último domingo, muita gente no mundo todo esteve ligada na premiação do Oscar, evento tradicional que acontece em Hollywood, Los Angeles, EUA.
Por aqui, a semana não foi tão glamourosa, com muitas notícias difíceis de digerir. Mesmo assim, decidi destacar o curta de animação Hair Love porque é belo e bem feito e porque pode servir como inspiração para uma conversa ou atividade na sua escola.
Além do tema mais óbvio: a aceitação de um tipo de cabelo que por gerações tem sido estigmatizado de forma preconceituosa e racista, o filme traz ainda questões como a participação do pai nos cuidados com a filha, o câncer, ou a doença de um ente querido. A premiação foi noticiada pela Rolling Stone Brasi, apenas um dos muitos veículos que anunciaram a vitória de Hair Love em sua categoria, com o link para você ver o curta. Não deixe de ver!

DA SEMANA 1 : ENTREVISTA CLARA GRIMA :
‘Sou doutora em matemática, mas não sei dividir com 3 dígitos nem calcular raiz quadrada à mão’, Ana Pais, BBC Mundo
A BBC Brasil publicou esta entrevista, no dia 29 de janeiro de 2020, com a professora de matemática e autora espanhola Clara Grima que vem para redimir todos os amantes da matemática e oferecer uma provocação inteligente aos que, como eu, ‘sofrem’ com a falta de habilidade com os números.
“O bom da matemática é pensar, fazer algo que as máquinas não sabem fazer
Hora de rever certos pensamentos empedernidos que nos limitam e perceber a importância da Matemática (com M maiúsculo) no nosso cotidiano. Você vai se surpreender!