Esqueça as tabelinhas sem graça do passado e adote a exuberância colorida dos infográficos como poderosas e versáteis ferramentas de ensino.
A primeira vez que ouvi falar dos tais infográficos confesso que não me animei. Sendo uma perpétua desajeitada com números e planilhas, a denominação de cara me intimidou.
Foi então que resolvi enfrentar a fera e descobri que por trás da nomenclatura esnobe se esconde um suporte visual muito útil e nem tão complicado. A moçada do marketing já sabe disso faz tempo e não demorou até que os educadores, incluindo até mesmo professores do Fundamental 2, também se deixassem seduzir por esta ferramenta.
Para quem gosta de definições, vamos a elas. Infográficos são uma maneira visualmente atraente de comunicar, de forma resumida, um conteúdo ou mensagem. Você provavelmente vê pelo menos um todos os dias na imprensa, nas mídias sociais, em livros, em material publicitário e em comunicados oficiais. O objetivo é sempre informar, chamando sua atenção de forma direta e atraente.

Um infográfico pode, por exemplo, explicar o que você vai encontrar num museu; informar precauções a serem tomadas para evitar a propagação do Covid-19; apresentar os principais resultados de uma pesquisa, entre muitas outras coisas.
Alguns usam imagens simples, fontes e cores escolhidas a dedo para criar uma visualização harmoniosa que te encoraje a ler (como o que você vê aqui ao lado). Com pouco texto (aparentemente a ordem do dia!), informação essencial e ícones imagéticos de fácil reconhecimento, a pegada é transformar temas e dados complexos em algo palatável, que ofereça sinteticamente uma boa ideia do tema principal.

Infográfico na escola
Com essas características, tinha tudo mesmo para se tornar o queridinho de quem ensina e de quem aprende. Nos últimos anos é possível fazer infográficos bonitinhos, com aspecto bem profissional, e pouca ou nenhuma experiência em design e, a cereja do bolo, de graça!
Muitas vezes é possível encontrar ‘templates’ (modelos) que só precisam ser ‘alimentados’ com sua própria informação. Outras, vale a pena deixar rolar a inspiração, tendo em mente seu público, seja no ambiente escolar, comunitário ou corporativo, e se arriscar a criar.
Uma pesquisa da americana Wharton School of Business afirma que apresentações com recursos visuais tendem a convencer sua audiência em 67% dos casos, ao passo que uma boa apresentação somente verbal fica em torno de 50% nessa disputa.
Lembre-se, no entanto, que não adianta ter o infográfico mais maravilhoso deste mundo se sua informação não for rigorosamente verdadeira. Afinal, o objetivo aqui conitnua sendo o aprendizado, certo?

A seguir, apenas cinco das muitas formas possíveis de utilizar esse recurso na sua próxima aula, palestra ou seminário, presencialmente ou online.
- Para resumir um conteúdo complexo
Há temas que são naturalmente difíceis, ou porque englobam longos processos ou porque são conceitualmente complicados. Nem por isso deixam de ser interessantes e necessários. Um bom infográfico, ainda que longo, serve como excelente forma de facilitar a compreensão do seu grupo ou, se apresentado ao final, como resumo de todas as etapas que foram discutidas ou analisadas.
2. Estatísticas que engajam
Para quem fica com sono só de pensar em estatística, o infográfico pode ser um doce despertador! Com a medida certa de palavras, imagens , e gráficos coloridos é possível dar mais sentido aos números e contextualizá-los de forma sintética e significativa. Novamente, não vale manipular os números só para agradar. A mensagem continua sendo importante.
3. Estudantes assumem a batuta
Que tal permitir que sua audiência crie seus próprios infográficos? Nesses tempos de aulas online, é ainda mais pertinente pedir que cada aluno (ou grupo de alunos) desenvolva infográficos para uma apresentação: pode ser simplesmente como apoio visual para a explicação de um tópico; como acompanhamento de um texto já escrito ou como a tarefa em si. Com apoio, estudantes e participantes com vários níveis de experiência podem aprender enquanto criam e ainda levar informação aos colegas. Para isso, uma boa ideia é que os grupos trabalhem com tópicos diferentes.
4. Estratégia de estudo e de avaliação
O uso do infográfico como forma de avaliação é útil para que o professor e/ou facilitador acompanhe como anda a compreensão de seus alunos durante todo o desenvolvimento de uma competência, por exemplo. Simultaneamente, serve como estratégia de estudo para os alunos que querem rever o conteúdo antes de uma prova ou se auto-avaliar ao concluir um curso ou disciplina. As tais fichinhas com os pontos principais, muito usadas por estudantes no passado, podem ser substituídas por um trabalho bonito que preferencialmente deve ser arquivado em uma ‘biblioteca digital’ da classe, aberta a futuras consultas.
5. Interdicisplinaridade e parcerias
Um mesmo infográfico pode ter uma base de dados tão rica que sirva como material de interação para mais do que uma disciplina. Pense por exemplo em um infográfico que apresente um mapa do mundo com os dados sobre a presença do Covid-19 . O mesmo material pode ser analisado na aula de Geografia, de Biologia e, voltando à velha e boa Matemática, sob o ponto de vista estatístico. É uma evidência legal sobre como uma mesma informação pode ser intepretada sob óticas distintas. O infográfico se constitui, assim, em um modelo colaborativo para outros projetos coletivos.
Há várias outras formas de incluir esse recurso no seu plano de aulas ou na sua próxima palestra. Se você já é fã dessa ferramenta, conte pra gente como tem se utilizado dela. Alguns serviços hoje permitem a criação quase intuitiva de infográficos, com muitos templates e sem custo. Aqui vão alguns:
Acompanhe o blog porque vem mais sobre o tema. Mas não deixe de se aventurar desde já!

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Um comentário em “Infográficos na educação: 5 ideias”